Fibra Óptica ou Satélite?
Dois dos mais eficazes meios de transmissão em alta velocidade, a fibra óptica e satélite disputam cada palmo pela supremacia do mercado.
O mercado brasileiro de telecomunicações ficou mais atraente para investimentos de empresas nacionais e estrangeiras depois da privatização do sistema Telebrás.
Fornecedores de equipamentos vislumbram a possibilidade de realizar grandes negócios nos próximos anos com o atendimento de encomendas que visam a expandir a infraestrutura de comunicação, especialmente no que tange à parte de transmissão por fibra ótica.
Grandes anéis metropolitanos de fibra óptica estão sendo construídos nos principais centros metropolitanos brasileiros por empresas que pretendem prestar serviços de comunicação de dados.
Daí a necessidade de buscar no mercado soluções que possibilitem fazer acessos velozes ao núcleo da rede de fibra ótica para prover os serviços.
Satélites
Os avanços recentes na tecnologia de satélites permitiram o desenvolvimento de uma nova geração de satélites de telecomunicações.
A transmissão em uma largura de banda bastante grande tornou-se possível graças ao uso de frequências bastante altas e a um aumento da potência disponível dentro dos satélites.
Uma das principais consequências disso foi uma drástica redução do tamanho e custo das estações terrestres.
Através de satélites geoestacionários pode-se alcançar taxas de transmissão digital muito altas usando estações terrestres relativamente baratas.
Se comparadas às redes terrestres, as redes via satélite têm muitas características diferentes.
Essas novas características causam um impacto muito grande na comunicação entre computadores devido às novas possibilidades que oferecem.
Contudo, elas também envolvem novos problemas.
Os satélites são um versátil meio de comunicação e possibilitam atender a qualquer plano específico que qualquer corporação individual necessite.
Rede óptica
As redes ópticas estão em processo de expansão e se, atualmente, a fibra é adota essencialmente no backbone, os fabricantes não têm dúvidas de que algum dia ela chegará também ao last mile (a última milha), ou seja, no acesso, beneficiando o usuário corporativo.
Apontado como um dos mais eficazes meios físicos de transmissão em alta velocidade, a fibra óptica enfrenta a concorrência do satélite.
Este reina absoluto nas conexões de pontos remotos em regiões inóspitas de difícil passagem de cabos, mas agora desponta como uma alternativa de comunicação até mesmo nos grandes centros urbanos em aplicações que exigem banda larga.
Aumento da concorrência
Alta disponibilidade e baixa incidência de erros estão na raiz da expansão do uso do satélite no Brasil.
Mas o ponto preponderante para o seu sucesso comercial em aplicações corporativas foi a abertura do setor de telecomunicações.
Nesse processo, a contratação do segmento espacial, que antes era monopólio da Embratel, adquirida pela MCI WorldCom, passou a ser feita também pelas provedores de serviços de comunicação via satélite.
A medida deve estimular a participação de outras empresas nesse segmento de mercado, especialmente nas redes compartilhada VSAT (Very Small Aperture Terminal), aumentando a concorrência e, consequentemente, reduzindo os preços aos usuários do serviço, no caso, o segmento corporativo.
A participação de um número maior de players pode resultar no aumento das vendas de equipamentos utilizados na transmissão por satélite.
A Siemens, por exemplo, é parceira da Victori e Comsat, provedoras de redes compartilhada de comunicação por satélite, para as quais presta serviços de engenharia, consultoria, projeto, integração e instalação de equipamentos.
A Motorola fornece a sua linha Vanguard, dispositivos de acesso que permite a integração de Frame Relay e IP, em regime de OEM para a Hughes, que está trabalhando na integração da Internet à rede de satélite para prover aplicações multimídia a 24 Mbps.
Outra empresa com expressiva participação nessa área é a NEC do Brasil, seja como fornecedor de equipamento, seja como provedor de serviços.
Nesta última modalidade, a empresa contabilizou uma base instalada de 50 pontos baseados no sistema SCPC (Single Channel per Carrier), 470 estações TDMA e cerca de 900 pontos de rede VSAT montados em parceria com a IBM.